Monday, April 11, 2005

Meu Amor

Nada a fazer, meu amor, somos da Terra do Nunca e é para lá que vamos, meu amor,
Quando estas saudades esculpirem uma canção, dentro do peito, nada a fazer a mais ou a menos, meu amor, somos do lado de lá.

As penas, as graças, as dores, os medos, meu amor são de lá, do lado da aurora, do centro da vida, do centro do mundo, do nosso, meu amor, meu amor, minha chama, meu sangue, minha haste, meu lume, minha paz, meu espaço.

Nada a fazer.
Meu amor.
Meu movimento de esferas.

Minha lança em terra alheia. Meu capítulo de página quebrada, minha saudade ancorada no seio desta esperança.
Meu amor que me partes. Meu amor que envelheces

No retrato vazio. No álbum a meio mundo, na asa que escolheste, meu amor, meu traço, meu rumo, minha fraqueza de espanto, minha luz, minha magia
Minha estrela, meu amor.

Nada a fazer. Minha estrela. Nada a fazer entre os medos e os dedos de conversas sempre iguais convertidas em poemas controversos que te deixo no colo, como um sopro de ar de mar de saudades

E afectos.

Nos teus olhos, um poema, meu amor, é lido alto. Alto.

Maria Amaro

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