Sunday, November 13, 2005

ESQUECIMENTO

Quando eu morrer,
Sem o cansaço inútil da jornada
- Porque nunca senti -
Sem o manto sublime da amargura
- Porque nunca chorei -
Sem a réstia de fogo da alegria
- Porque nunca me ri -
Aqueles que me odiaram,
Os poucos que me acolheram
E os muitos que nunca vi,
Hão-de chorar por convenção
Ou sorrir por teimosia.
Mas nunca mais ninguém se lembrará
Do pobre que nunca riu
Nem chorou
Nem sentiu.

jOSÉ Carlos Ary dos Santos