Para Ninguém
« Há uma lenta coesão de grão a grão na casa do silêncio.
Soergue-se um barco, já não na água crispada violenta.
Uma fenda abriu-se entre as ervas da sede
na diagonal do gérmen
e o sopro libertou-se em direcção ao mar.
É pra ninguém que escrevo as vogais lavadas pelo vento
e limpo a minha morada para os seus olhos de silêncio.»
António Ramos Rosa
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