Thursday, September 14, 2006

Como a vida sem Caderneta

"Como a vida sem caderneta
como a folha lisa da janela
como a cadela violeta
- ou a violenta cadela?
Como o estar egípcio e mudado
no salão do navio de espelhos
como o nunca ter embarcado
ou só ter embarcado com velhos
Como o ter-te procurado tanto
que haja qualquer coisa quebrada
como percorrer uma estrada
com memórias a cada canto
Como os lábios prendem o corpo
como o corpo prende a tua mão
como se o nosso louco amor louco
estivesse cheio de razão
E como se a vida fosse o foco
de um baço, lento projector
e nós dois ainda fôssemos pouco
para uma tempestade de cor
Um ao outro nos fôssemos pouco
meu amor meu amor meu amor"


Mário Cesariny de Vasconcelos

1 comment:

oromo said...

A vida sem caderneta.fez-me lembrar a vida dum ser humano sem amor.Portanto a vida é completamente um mistério,vamos desvendando aos poucos e com ela vamos aprendendo a cada dia ou por e simplesmente por situações a que nos submetemos nesta vida..

Ps:este poema faz-nos raciocinar nesta vida.