Saturday, April 29, 2006

1

Às vezes apetece o que não fia, mas brilha,
A máquina que não tritura o artefacto,
A voz que não fica na meada e que não enreda
Na teia. Às vezes apetece o verso da medalha;
O outro lado; o que não se sabe
E não magoa; a palavra que desfila
A esquerda do pensamento numa curva
De direita livre e desocupada, alargada
Para o lugar dos achados e dos perdidos,
Cujas bengalas gastas deixam farpas
no caminho.


Maria Amaro

No comments: