Sunday, December 04, 2005

Há qualquer coisa na esfera dos Silêncios

As palavras que não dizes, mas tocas com os olhos
E as mãos e tudo, meu amor…
Há mistérios contundentes,
Que a tua presença ataca,
Como se ao mínimo revirar de pálpebras
Te escondesses dos ares e dos mares,
Que, de certeza, te atravessam inteiro,
Quando ouves músicas.

E eu gostava de te falar mais vezes,
De te contar as histórias tristes
Das pessoas a desaparecerem do meu colo,
Como que levadas pelas asas de um anjo infernal.
Pudesses tu compreender a dor, que não é a dos livros,
Mas a de ausências, que prolongam tempos
De vozes caladas…para sempre.
E explicar-te que, por vezes, por vezes
Há minutos que são roubados aos espaços de ti,
Como que levados para lá do livre som do teu sorriso…
(Sorris com os olhos, tantas vezes!)
E que se eu corro, não é por não querer ficar mais tempo,
É só porque não sei falar contigo,
Senão no silêncio calmo e saudável
Do teu olhar.


Maria Amaro
Dezembro de 2005

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