O Palácio da Ventura
Sonho que sou um cavaleiro andante.
Por desertos, por sóis, por noite escura,
Paladino do amor, busca anelante
O palácio encantado da Ventura!
Mas já desmaio, exausto e vacilante,
Quebrada a espada já, rota a armadura...
E eis que súbito o avisto, fulgurante
Na sua pompa e aérea formusura!
Com grandes golpes bato à porta e brado:
Eu sou o Vagabundo, o Deserdado...
Abri-vos, portas d'ouro, ante meus ais!
Abrem-se as portas d'ouro, com fragor...
Mas dentro encontro só, cheio de dor,
Silêncio e escuridão -- e nada mais!
Antero de Quental
1 comment:
Gosto do que escreves e do que publicas escrito por outros.
Hoje, ao reler Antero, e o Palácio da Ventura, um poema que li na minha adolescência e não havia relido, emocionei-me.
Belíssimo, sem dúvida.
"Com grandes golpes bato à porta e brado:
Eu sou o Vagabundo, o Deserdado...
Abri-vos, portas d'ouro, ante meus ais!
Abrem-se as portas d'ouro, com fragor...
Mas dentro encontro só, cheio de dor,
Silêncio e escuridão -- e nada mais!"
Talvez porque este poema me estar a ler a mim, talvez ...
Encontras-me em
http://aveneziana.blogs.sapo.pt
(por saber pouco de blogs, não consigo aceder ao meu primeiro: Venezina)
Post a Comment